Roma Antiga

Blog sobre a Roma Antiga: história, cultura, usos e costumes.

segunda-feira, agosto 30, 2004

O Donatismo

O Donatismo foi uma das heresias do séc. IV que levantou inúmeras dores de cabeça ao catolicismo nascente.
Tudo começou com a última grande perseguição de Diocleciano: em 303, este ordenou num primeiro édito que os livros santos, os objectos e lugares de culto fossem confiscados e destruídos (os éditos posteriores foram ainda mais rigorosos). Muitos bispos, padres e simples fiéis cederam e entregaram os objectos pedidos em vez de recusar (e sofrerem o martírio). Quando passou a perseguição, não sofreram grandes consequências, usando o arrependimento. Mas nem todos aceitavam esse arrependimento dessa maneira e consideravam que os traditores, estavam excluídos de vez da comunhão cristã. A eleição de um bispo em Cartago em 312 tendo sido posta em causa (por ter sido eleito por um bispo considerado traditor), levou à nomeação de um outro bispo Donat que partilhava essa opinião (enquanto que o primeiro mantinha-se em funções). A nova doutrina considerava que não só que os sacramentos dos traditores eram inválidos (obrigando a um novo baptismo), como o simples contacto com eles ou os seus descendentes (a partir do momento em que eles morreram) ou quem os defendesse equivalia a um crime semelhante. Os seus recrutas vinham sobretudo entre das populações mais pobres. Rapidamente se formou uma dupla hierarquia pelo norte de Africa entre católicos e Donatistas (igreja dos santos como se denominavam), havendo batalhas e lutas entre as várias facções. Tiveram inúmeros de mártires, dado que era uma igreja bastante radical na sua recusa de qualquer compromisso com os outros grupos, mas de facto, nada tinha mais do ponto de vista doutrinal a separa-la dos católicos. Entre perseguições e autorizações de culto, a querela manteve-se até ao séc. V quando chegaram os vândalos. É certo que os Donatistas já tinham perdido muito do seu vigor e influência (para tal também contribuíra S. Agostinho), mas foram em parte substituídos pelos Pelagianos, outra seita.
Q.F.M.

sábado, agosto 28, 2004



"REI ARTUR" Há dias assisti ao filme “Rei Artur”, do realizador Antoine Fuqua. Pouco há a dizer sobre o filme propriamente dito; é apenas mais uma película de aventuras, do género a que Hollywood nos habituou. Mas não é sobre aspectos técnicos ou artísticos que pretendo escrever.

O que me chamou a atenção em “Rei Artur” foi o facto de a produção do filme o anunciar como a versão “histórica” da velha lenda arturiana. Ler o que os críticos do “Público” e do “Diário de Notícias” escreveram sobre o filme deu-me ainda mais curiosidade; segundo esses críticos, o filme era apenas “pseudo-histórico”, por situar a origem da lenda na altura da retirada romana da Bretanha e por fazer de Artur e dos seus cavaleiros uma unidade de élite do exército romano, composta por bárbaros. Para os ditos críticos, tudo isto é “pseudo-história”. Em minha opinião, estes senhores estão enganados, pelo menos nas questões que referem. E passo a explicar porquê:

1.De facto, tem sido sustentado por alguns historiadores que a origem do mito arturiano tem origem nas lutas entre os romano-bretões e os anglo-saxões que invadiram a actual Grã-Bretanha, nos séculos V e VI. Dizem mesmo que a personagem de Artur teria origem num líder romano-bretão chamado Artorius, que em meados do século V saiu vencedor de uma grande batalha contra os Bárbaros. Tal como o misterioso galo-romano Siagrius, Artorius seria então mais um líder local que, no século do colapso do Império, tentava salvar o seu país e o que restava da civilização.

2.Neste aspecto, o único erro do argumento do filme é situar a ascensão de Artur no início do século V, por volta do ano 410 (altura em que os Romanos abandonaram a actual Grã-Bretanha), quando a personagem real terá liderado os romano-bretões apenas uns vinte ou trinta anos mais tarde. No entanto, há que ter em conta que o Artur do filme era ainda relativamente jovem, pelo que poderia viver ainda algumas décadas.

3.Por volta do ano 440, o Generalíssimo Aécio - que liderou as tropas do Império do Ocidente durante grande parte do reinado do débil Valentiano III -, recebeu desesperados pedidos de ajuda dos romano-bretões, cujo país fora invadido por uma grande horda de anglo-saxões. Aécio não pôde ajudar a antiga província romana mas, ao que parece, ainda assim os romano-bretões conseguiram uma grande vitória sobre os Bárbaros. Muito provavelmente, foi nesta altura que surgiu o mítico Artur.

4.O exército romano tinha unidades de élite especializadas, incluindo cavaleiros bárbaros auxiliares. Reparei que, a certa altura, uma personagem do filme refere-se a Artur e aos seus cavaleiros sármatas como “cavalaria auxiliar”, o que é correcto do ponto de vista histórico. Os Romanos sempre usaram tropas “auxiliares”, assim chamadas porque eram compostas por não-cidadãos. Júlio César, por exemplo, usou cavaleiros germânicos na conquista da Gália e na Guerra Civil. E à medida que o Império se aproximava do fim, as legiões auxiliares tornaram-se cada vez mais importantes. Por exemplo, quando Aécio derrotou Átila, na célebre batalha dos Campos Cataláunicos (451), a vitória deveu-se muito mais aos federados visigodos que às legiões romanas, de quem o rei huno escarnecia por “se cobrirem de escudos” (1).

5.Existe um documento datado do final do reinado de Teodósio, o Grande (395), que enumera todas as unidades do exército romano. Nessa lista, constam destacamentos especiais de cavalaria, artilharia, etc(2), muitas delas deslocadas dos seus locais de origem. Existiam soldados hispânicos na Síria e sírios na Hispânia, por exemplo.

O que é curioso neste filme é que, por um lado, existe uma intenção declarada de ser fiel à História, mas, por outro, cometem-se erros escandalosos. Vejamos:

1.Ao contrário do que o filme dá a entender, não era o Papa quem concedia postos militares ou cargos políticos. O Papa era uma personagem importante, enquanto bispo de Roma, e desfrutava de um enorme ascendente moral sobre a Casa de Teodósio, mas era ao imperador que cabia a administração do Império e a chefia dos exércitos. Honório era um soberano acossado pelos Bárbaros e pelos múltiplos usurpadores que surgiam um pouco por todo o lado, mas foi dele a decisão de abandonar a Bretanha. O facto de o filme atribuir ao Papa o governo do Império faz lembrar a mítica “Doação de Constantino”, um documento forjado na Idade Média com o intuito de justificar o poder temporal do Papado. Interrogo-me se o argumentista do filme se terá baseado nessa lenda sem fundamento... Do mesmo modo, não existia ainda uma “Guarda Pontifícia”, como é referido no filme. Deve ser este o seu momento mais ridículo!

2.Se o que se pretendia era uma versão “histórica” da lenda, porquê manter nomes como Lancelot, Guinevere, Galahad e Gawain?

3.Naquela altura, ainda não se condenavam à morte os pagãos, como o filme quer fazer querer. O culto pagão oficial era já proibido mas, à excepção de alguns motins populares contra os pagãos, ninguém era perseguido por não ser cristão. Por exemplo, grande parte da élite senatorial do século V era ainda assumidamente pagã.
4.No final do filme, quem casa Artur e Guinevere é Merlin, um mago pagão. O que não deixa de ser estranho, quando Artur é apresentado como cristão devoto, e quando a própria Guinevere ostenta um crucifixo no peito. Além disso, a “salva” final de setas a arder é, no mínimo, ridícula.


Quem assistir a este filme dá-se conta de uma evidente tentativa de associar ao protagonista ideais bem ao gosto do público moderno. Este Artur apresenta-se como um quase democrata, um idealista que acredita que “todos os homens nascem livres”... Talvez, em determinados círculos(3), existissem ainda esse tipo de concepções e ideais, mas parece-me improvável que um militar estacionado nos confins do Império, naquela época tão conturbada, se pudesse dar ao luxo de pensar nessas coisas.

Além disso, o Baixo Império era um estado totalitário em que noções como a “liberdade” não eram muito apregoadas. Por exemplo, ao passo que no chamado Alto Império foram vários os imperadores que cunharam moedas com alusões à “liberdade” que trouxeram para o Estado (“Libertas Restituta”, por ex.), os sucessores de Diocleciano abandonaram esse tipo de alusões, preferindo referir a segurança instaurada pelo seu governo e a manutenção da unidade do mundo romano. Eram tempos duros, em que a liberdade e os direitos dos cidadãos eram preteridos em função da sobrevivência do Império. Este apenas sobreviveu à longa crise do século III graças à instituição desse governo totalitário. Todavia, querendo salvar Roma com a instituição da tirania, os imperadores do “Dominado” acabaram por ditar a sua queda. Os cronistas coevos atribuíam a queda do Império ao despotismo destes imperadores, que oprimiam o povo com impostos pesadíssimos, de modo a que as pessoas começaram a pensar que viveriam melhor sem Roma. Segundo os mesmos cronistas, não eram poucos os que preferiam “viver livres, sendo escravos dos bárbaros, que viver como escravos, sendo cidadãos romanos”.

Penso que os produtores deste tipo de filmes deviam ter em conta que um filme ou é “histórico” ou não é. Fazer um filme que se diz “histórico”, mas ao mesmo tempo sacrificar aspectos importantes em prol de uma maior “espectacularidade”, costuma dar mau resultado.

C.J.P.

______________________________

(1)– FERRIL A., “A Queda do Império Romano - a explicação militar”.
(2)– Idem, ibidem.
(3)- Vários juristas romanos dos séculos II e III consideravam que não existia uma “natureza servil” - como se acreditava desde os tempos da República - e que a escravatura era apenas uma instituição jurídica. Os juristas Florentinus, Trifoninus e o célebre Ulpianus consideravam que, em termos de direito natural, todos os homens nasciam livres, incluindo os escravos. A esse propósito, ver THÉBERT, Yvon,“O Escravo”, in “O Homem Romano” (Editorial Presença, 1991, pág. 142). Quanto à Igreja Cristã, pregava a igualdade de todos os homens diante de Deus, mas aceitava a escravatura e a ordem social imposta.

sexta-feira, agosto 20, 2004

Teorias Recentes

Referiram-me que alguns autores actualmente começam a defender que as reformas militares preconizadas por Constantino (fim das velhas legiões, criação de unidades de fronteira de inferior qualidade –limitanei- e um exército móvel melhor treinado- comitatus), seria não uma resposta às novas dificuldades enfrentadas com os bárbaros mas uma necessidade económica e de política interna. As velhas legiões sempre tinham ficado estacionadas na fronteira, e os recursos alimentares para alimentar essas unidades eram retiradas das zonas limítrofes, o que era um pesado fardo. Ao mesmo tempo, esses grandes comandos de várias legiões (cada legião com 5000 homens, acrescido dos auxiliares) eram um risco para os imperadores. Se as tropas estivessem dispersas em legiões de 1200 homens, sendo uma parte tropas de fronteira recrutada localmente sem interesse de mudar-se, e outra parte do exército por tropas de elite espalhadas por várias províncias (repartindo o peso da sua presença), com consciência de serem a tropa escol na província, o perigo de usurpadores estaria remediado (e de facto, temos uma sucessão mais ou menos legítima de Constantino até Valentiano III, sem que os eventuais usurpadores tivessem sucedido a longo prazo, mas isso pode ter outras explicações).
É uma teoria interessante que gostava de ler e saber que fundamento possui, sobretudo porque algumas criticas saltam à vista imediatamente: a de que o novo sistema era mais ineficiente que o anterior, dada a dificuldade de concentração de grande número de tropas num reduzido espaço de tempo (o exemplo apresentado é o de Adrianópolis).
Q.F.M.

quarta-feira, agosto 18, 2004

Polegar para cima ou para baixo?



O conhecido gesto com o polegar, empregue nos jogos romanos de gladiadores para sentenciar o veredicto dos vencidos nos duelos, é universalmente conhecido. Mas tem sido também motivo de imensa polémica, dado que não se sabe exactamente como as coisas funcionavam.
Dos autores clássicos herdámos apenas a expressão pollice verso – “polegar virado”, relacionada com o perdão ou o castigo atribuído ao gladiador vencido, mas sem se pronunciarem rigorosamente nada sobre o gesto em questão.
A tradição, por outro lado, encarregou-se de espalhar, com a ajuda do cinema (pouco preocupado com a fidelidade histórica), a ideia de que o polegar para cima livrava o derrotado do castigo, e o contrário acontecia com o respectivo polegar para baixo (para os americanos, o polegar para cima é sinal de que tudo vai bem, «that’s OK», pelo que os espectadores compreenderiam bem esta interpretação do gesto desconhecido).
Alguns autores consideram que a expressão pollice verso não se aplica a nenhuma posição do polegar, mas refere-se apenas a um movimento do dedo. Então, alguns defendem que a gesticulação podia reduzir-se apenas ao mero meneio do punho com o polegar esticado, semelhante ao sinal de degolar, mais fácil de ser visto pelo gladiador, mandando assim a execução do vencido. Consequentemente, o movimento do punho e do polegar esticado para baixo indicaria a espada apontada ao solo, concedendo o perdão ao gladiador.
No entanto, os apoiantes da teoria tradicional descartam a ideia do gesto de degolar, que até parece razoável, se não fosse porque não aclara o significado subjacente à expressão pollice verso. Na verdade, os analistas dos textos clássicos afirmam que a lógica da sentença latina prende-se com o facto de que para condenar à morte um gladiador vencido devia-se “dar a volta ao polegar” da sua posição natural. Isto seria o significado mais óbvio do verbo vertere. Por isso contra-argumentam que o polegar vertido ao solo significaria ao inimigo caído a morte e que o polegar apontado ao alto indicava que o gladiador vencido se podia levantar.

(Reflexões adaptadas do Blog de la Provincia Hispania Nova Roma)

M.C.O.

segunda-feira, agosto 16, 2004

O fim do paganismo-II

Os seus primeiros sucessores mantiveram-se tolerantes, mas no final do século, os imperadores Graciano e Teodósio cortaram as verbas e apoios aos templos e sacerdotes pagãos, fechando templos e proibindo ritos (mesmo nos campos ou no interior das casas particulares) e festas; rapidamente multidões cristãs influenciadas pelos seus bispos começaram a destruir templos pagãos e impedir o seu culto. Graciano ordenou a retirada do altar da Vitória no senado (382) e Teodósio, iria mesmo ao ponto de fazer penitência pública perante S. Ambrósio (390), implicando a submissão da pessoa do imperador perante leis mais importantes de que já não é ele o único legislador
Apesar disso as elites mantinham-se sobretudo pagãs: numerosos filósofos (que eram os que detinham o monopólio do ensino), e advogados, mantinham-se fiéis à religião tradicional
No império romano do ocidente parte da aristocracia romana mantinha-se-lhe fiel: o prestígio do passado, a literatura e a associação do patriotismo por Roma com o culto dos deuses mantiveram muitos senadores em Roma nas suas crenças tradicionais. É certo que o processo de conversão nas grandes famílias ao cristianismo foi gradual: nas primeiras gerações eram as mulheres, depois os membros masculinos até chegar à vez dos chefes de família, que por conservadorismo. Ainda hoje se debate sobre quando os cristãos adquiriram a maioria dos lugares no senado; sabe-se que embora muitas famílias senatoriais estivessem convertidas no final do século IV, o partido pagão era muito forte até finais do séc. V. Com a desagregação do império, o que restava da aristocracia pagã acabaria por se converter. Privados dos cargos administrativos pelo fim do império, muitos dos seus membros iriam assumir os cargos de direcção da hierarquia religiosa (é preciso ver que com a queda do estado romano, deixava de funcionar o sistema escolar que permitia a filhos de pobres terem acesso às letras, restringindo à nobreza o ensino e depois à própria igreja que teria por necessidades próprias de criar escolas).
Nos campos, a massa das populações mantinha-se agarrada aos seus cultos ancestrais; por um longo período, a Igreja Católica iria fazer um esforço de evangelização (no séc. VII ainda haveria numerosos pagãos na Gália), destruindo os altares e bosques sagrados ou mais pragmaticamente, mantendo o local e substituindo por um culto cristão (deuses por santos, templos por igrejas ou capelas), fazendo o mesmo com festas (o mais célebre é o dia de Natal); por vezes as festas ficavam como estavam (no caso do Carnaval), retirando apenas o culto aos deuses.

No império do oriente, Justiniano fechou a velha academia (criada por Platão no séc. IV A.C.), provocando o exílio para a pérsia dos neo-platónicos e ordenou perseguições a notáveis que se mantinham reticentes ao cristianismo. No Egipto o velho culto só se extinguiria com a conquista muçulmana.
Q.F.M.

quinta-feira, agosto 12, 2004

O fim do paganismo-I
Com o édito de Milão por Constantino, o cristianismo deixara de ser uma religião perseguida, mas estava longe de ser a religião única. Nenhum templo pagão foi fechado, a adivinhação e magia benéfica continuavam a ser autorizadas, manteve o título de Pontifex Maximus para o imperador. Toda as várias religiões pagãs (grega, romana, egípcia para só falar das mais importantes), mantinham-se intocadas: os mistérios de Eléusis continuavam a ser celebrados, as vestais prosseguiam o seu culto, o boi Ápis ainda era escolhido.
O neo-platonismo que começara como escola filosófica (em grande parte originado por Plotino), viu acentuar-se a especulação mística transformando-se numa verdadeira religião (pretendendo o retorno da alma para com o absoluto) e começou a fazer a fusão de diferentes elementos: gnosticismo, religiões orientais, pitagóricos, mesmo elementos cristãos; foram criados ritos secretos e uma liturgia apenas possível a alguns fiéis.
Curiosamente do ponto de vista literário, os cristãos demonstravam uma enorme vitalidade (pelo contrário, os pagãos limitavam-se a plagiar os clássicos): utilizando os cânones antigos, exprimiram todo um novo mundo de ideias para desenvolver e defender a sua religião (e a teologia) e sobretudo, o uso pelos teólogos no ocidente da língua latina, permitiu um renascimento das letras latinas que estiolavam (por oposição ao grego que era usado com língua culta), sobretudo com homens como S. Ambrósio e S. Agostinho.
Nos reinados dos filhos de Constantino, começam a dar-se alguns ataques espontâneos de multidões e a magia começa a ser perseguida; alguns templos são fechados.
Juliano (361-363) tentou inverter a vaga. São reabertos os templos que tivessem fechado, devolvidos os objectos e dão-se alguns confrontos sangrentos entre cristãos e pagãos (mais uma vez sem interferência das autoridades). Tentou também reformar o paganismo oficial, deixando de ser uma religião vagamente ritual e procurando inspirar-lhe zelo; neo-platónico, foi buscar ao cristianismo várias ideias: imposição de um corpo sacerdotal hierarquizado, dando-lhe privilégios (que retirou aos cristãos) e exigindo um comportamento moral irrepreensível; debalde. Proibiu mesmo o ensino da literatura clássica aos cristãos (medida subtil), mas a sua morte acabou com esse esforço.
Q.F.M.