Roma Antiga

Blog sobre a Roma Antiga: história, cultura, usos e costumes.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Magister Militum (mestre dos soldados)
Foi um dos cargos mais importantes do final do império, criado por Constantino. Os magistri militum (plural) tinham a seu cargo o controlo militar de províncias com tropas (existia assim um magister militum per Galllias, outro per Iliricum, etc). Também existia um magister militum para todo o império, que era uma espécie de chefe (quase) supremo dos exércitos; quando o império estava dividido entre o império do ocidente e o do oriente, existia um magister militum para cada uma dessas duas 2 metades, sendo pelo seu controle dos exércitos no séc. IV, uma das personagens mais importantes. Ora com as menoridades de imperadores/mediocridades do final séc IV e princípios do séc. V, tornou-se de facto no cargo mais importante. Muitas vezes o magister era um bárbaro (Estilicão), ou alguém de origem bárbara (Orestes), mas podia ser também um romano (como Aécio), chegando mesmo à púrpura (Avito). A maior parte dos magistri militum do séc. V ficariam em Ravena ou Constantinopla a mexer os cordelinhos do império raramente comandando os exércitos dado que isso implicaria afastarem-se da capital e do imperador. Com o assassinato de Aécio, os Magistri Millitum do Ocidente passariam assassinar e nomear a seu bel-prazer os imperadores, preocupando-se unicamente com o seu poder pessoal e a sua segurança até ao fim do império. No oriente, os imperadores através de uma série de intrigas (nomeadamente sendo vários imperadores ex-magister) conseguiriam reduzir o cargo às suas funções militares e livraram-se dos bárbaros.
Já agora, este blog fez ontem 2 anos.
Q.F.M.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Os banhos
Mais do que uma mera prática de higiene, para os romanos eram um passatempo.
O estado romano (desde os tempos da república), mas também privados, abriram banhos públicos; os grandes eram obra do estado e denominavam-se termas (thermae). Em ambos os casos pagava-se uma pequena quantia em dinheiro. Em princípio, as termas não eram mistas (havia horas diferentes para as mulheres e para os homens), mas dado que os imperadores estavam sempre a proibir essa situação, é provável que a legislação não fosse respeitada. Como os romanos se levantavam cedo, a meio da tarde estavam livres e poderiam deslocar-se aos banhos.
As dimensões dos banhos variavam, entre algumas poucas salas multiusos (nas províncias e nas mãos de privados) até grandes termas ocupando quarteirões de cidades, com salas especializadas.
Existia uma sala para as pessoas se despirem e guardarem as roupas. Poderiam depois deslocar-se a uma sala, onde seriam untados com óleo e depois praticar exercício (correr, nadar, lutar, etc), conversar ou mesmo ler (as maiores termas tinham bibliotecas). Depois poderia começar o banho propriamente dito. Ser-lhe-ia raspado suor e óleo do corpo numa sala. Ficaria no tepidarium (água e temperatura amena), deslocando-se depois para o caldarium (o nome diz tudo). O cliente poderia voltar se quisesse ao tepidarium antes de se deslocar ao frigidarium. Ainda existiam salas equivalentes à sauna (com massagens inclusive). A partir daí, seria uma questão de matar o tempo, dedicando-se a algumas das actividades já descritas, ou assistir (no caso das thermae) a espectáculos organizados. Até comida era aí vendida. Ao entardecer, os banhos/termas fechavam (em princípio) e toda a gente voltava para casa.
Q.F.M.