Roma Antiga

Blog sobre a Roma Antiga: história, cultura, usos e costumes.

segunda-feira, outubro 31, 2005

Prisioneiros de guerra
Roma sempre foi muito dura com os prisioneiros de guerra: com os dos outros (reduzidos à escravidão) e também com os seus. Quando cidadãos romanos eram feitos prisioneiros, Roma abandonava-os à sua sorte e não se dava o trabalho de negociar ou tentar resgata-los (só se por acaso os voltasse a recuperar pela guerra). A ideia era por um lado não mostrar fraqueza perante um adversário negociando; por outro, nenhum romano devia-se deixar fazer prisioneiro, e ao faze-lo, estava a desonrar todos os seus camaradas de combate e a pátria. Assim, vemos os prisioneiros feitos por Aníbal em Canae (216 A.C.) e recuperados depois, serem exilados para a Sicília. Um filho de Cipião o Africano viu as possibilidades de ter uma carreira política arruinadas pois foi feito prisioneiro por Antioco III (e libertado em condições suspeitas). Os fugitivos e prisioneiros romanos depois do desastre de Teotuburg (9 D.C.) que foram resgatados, não foram autorizados a regressar a Roma (a expedição de Germânico anos depois, preocupou-se mais em recuperar os estandartes das legiões do que qualquer prisioneiro); o mesmo se passou com os de Carrae (53 A.C.).
Q.F.M.

segunda-feira, outubro 17, 2005


Os gladiadores -II
Se no primeiro século do império, qualquer um podia financiar jogos, os imperadores acabaram por reservar-se o monopólio dos combates de gladiadores, a menos que dessem permissão, o mesmo se passando fora de Roma. Nos dias em que ocorriam jogos, (normalmente nas saturnalia, ou em qualquer comemoração excepcional: ascensão do imperador, vitória contra inimigos, etc) é que se davam os combates de gladiadores (não era assim um acontecimento muito comum).
Antes dos combates propriamente ditos, eram feitos simulações de combates com armas de madeira. Só depois ocorriam os verdadeiros combates. Tanto podiam combater individualmente como em grupo por equipas (simulando verdadeiras batalhas). Quando num dos grandes combates (ainda com centenas de combatentes), ainda a principio, um gladiador era derrotado sem estar gravemente ferido, um juiz decidia o seu destino, não se incomodando a multidão em interromper os jogos nessa altura, só mais tarde depois de combates considerados excepcionais (por serem bons ou maus) é que intervinha, tal como o imperador. Conforme o resultado (vencedor, perdedor vivo, ou morto), saía-se por uma porta diferente.
Os gladiadores dentro da arena dividiam-se por categorias de acordo com o seu equipamento sendo estes por principais (existiam outras categorias):
Retiarius - é das figuras mais famosas: possuía uma rede e um tridente e uma peça de metal de protecção no braço esquerdo. O objectivo era conseguir envolver o adversário na rede de modo a imobiliza-lo; portanto deveria combater a uma certa distância (usando o tridente).
Trácio- usava um capacete que normalmente lhe tapava toda a cara deixando pouca visibilidade, um pequeno escudo, alguma protecção no corpo e uma espada curva com o usavam os trácios; para ter alguma hipótese, tinha de combater o mais próximo possível para anular o tridente e ser apanhado na rede.
Secutor- equipamento algo semelhante com o anterior, mas com mais equipamento de protecção nos braços e pernas o que o tornava mais pesado e menos móvel (e ainda capacete, um escudo maior, uma espada ou um punhal).
Os gladiadores tanto podiam combater individualmente como em grupo por equipas. (simulando verdadeiras batalhas).
Também se simulavam caçadas; animais ferozes (leões, tigres, tudo o que mais exótico se arranjasse) eram caçados como se estivessem ao ar livre. Não confundir com lutas de animais contra criminosos que combatiam só com uma arma (ou às vezes nem isso). Por curiosidade, a caça de esses animais para serem levados para os circos foi tão intensiva que se pensa que tenha contribuído para a sua extinção (os famosos elefantes do norte de africa, os leões do próximo oriente).
Q.F.M.

segunda-feira, outubro 03, 2005


Os gladiadores
Se existe uma imagem que associamos aos romanos é a dos combates de gladiadores. Ignora-se de onde veio a tradição (se bem que os romanos a associassem aos etruscos).
Estes começaram com uma finalidade religiosa: o 1º caso registado, foi um combate organizado por um Romano em honra do seu pai recém-falecido, ainda em plena república. No entanto rapidamente a componente lúdica se sobrepôs à religião, e indivíduos ricos com ambições políticas financiavam jogos para obter popularidade e mantinham equipas de gladiadores. Os gladiadores tinham diversas origens: prisioneiros de guerra, escravos, criminosos e mesmo voluntários. Supostamente combateriam no máximo umas 3 ou 4 vezes por ano dedicando-se o resto do tempo ao treino (que era bastante rigoroso, com disciplina e castigos severos para as faltas). Sendo assim, e representando os gladiadores um investimento, os combates de morte não eram tão habituais como habitualmente se julga (se bem que maus combatentes, ou que desagradassem ao público seriam rapidamente eliminados). Dentro dos gladiadores temos de destacar uma categoria especial: os criminosos condenados à morte. Não possuíam equipamento para além de uma arma e tinham de combater até ao fim sem misericórdia até só restar um. No período das lutas civis, políticos usavam os seus gladiadores como guarda-costas e grupo de intimidação a outros candidatos (tornando-se as rixas frequentes).
Q.F.M.