The Roman World, 44 BC-AD 180- The Routledge History of the Ancient World de Martin Goodman
Estava para comprar um livro sobre o período helenístico quando reparei neste livro; depois de folhear ambos, acabei por comprar este e não me arrependo.
O livro aborda um tema aparentemente estafado, o alto império romano. No entanto (e embora já tenha mais de uma década) tem uma forma de abordar os temas que o tornam inovador em relação a numerosos outros livros.
Começando por apresentar a situação de Roma no inicio do império, os problemas que a transição implicou (tentativas de solução) e como se mascarou uma monarquia de facto, e discursos de poder.
Segue-se por apresentar os diferentes imperadores e seus reinados; é sucinto e não é excessivamente revisionista (embora apresentando que provavelmente havia um método na loucura de Calígula e uma tendência progressivamente despótica, não justifica os actos tresloucados dos imperadores). É depois apresentada a sobrevivência e transformação das instituições republicanas (senado, pretores, cônsules), assim como o surgimento de novas (guarda pretoriana) e a absorção do império por Roma (e vice-versa). Como não podia deixar de ser, o exército, as suas funções oficiais (defesa contra inimigos externos) e oficiosas (protecção do príncipe contra rivais) e numerosas não previstas (criação de mercados de consumo, romanização de populações e sua exploração) são também apresentadas.
A cultura oficial (literária e arte), a economia (quer nos elementos privados, quer públicos), a sociedade (esta secção mais fraca), são todas referidas.
Os capítulos mais interessantes para mim são da descrição das várias províncias. Lusitânia (a bibliografia sobre o território português está reduzido a um livro com umas décadas aliás, dado que nada é traduzido para inglês), Egipto, Sardenha, cada uma tem direito a uma página. Assim se fica a saber que no final do século II, na Sicília falavam-se 3 línguas: púnico, grego e latim, a Córsega excepto meia dúzia de cidades costeiras era território completamente abandonado aos indígenas, Beirute e arredores foi um território de povoamento latino por muito tempo e o Egipto foi tão mal explorado economicamente que o território empobreceu só recuperando com o domínio árabe.
De seguida temos 3 capítulos sobre religião. O primeiro é sobre o paganismo. Tudo é colocado: religião oficial, cultos privados, as religiões do império, o sincretismo. Ora pareceu-me tudo muito resumido. Em compensação, há um capítulo inteiro sobre o Judaísmo, que só se compreende dado o autor ser um especialista sobre o estado da Judeia entre I aC e I dC.
Finalmente, o livro termina com um capítulo sobre o Cristianismo (mesma justificação que dei acima, acrescida da influencia da sociedade Cristã no mundo ocidental).
O livro embora esteja em inglês, arranja-se em livrarias em Portugal.
Roma Antiga
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