A propósito dos 45 anos de vida de Astérix que se comemoram hoje, recordo como ele tinha razão em se espantar com a loucura dos romanos.
Se atentássemos demoradamente para o gosto dos romanos e para a postura dos seus dirigentes políticos, naqueles tempos, éramos capazes de manifestar o nosso desagrado, ou não... Ontem, como hoje, repetem-se as atitudes.
Vejamos algumas coisas que se contam dos Imperadores romanos:
O imperador Tibério tinha como hábito partir as pernas de quem lhe desobedecesse e morreu aos 80 anos de idade, provavelmente sufocado pelo seu ajudante.
O imperador Calígula, cujo nome verdadeiro era Gaio, era conhecido por esta alcunha que significa “que calça sandálias”, porque desde tenra idade gostava de se mascarar e brincar aos soldados. Uma das usa frases preferidas foi: «Acaba de me ocorrer que basta um gesto meu e as vossas cabeças serão cortadas», e outra famosa: «Matem todos os homens entre aquele careca e aquele além» ou ainda esta: «Roma é uma cidade de pescoços à espera que eu os mande cortar».
Chamou-se a si próprio Deus e nomeou cônsul o seu cavalo preferido Incitatus. Em determinado ritual de uma cerimónia sacrificial de vários animais, era entregue ao Imperador um martelo, com o qual ele bateria na cabeça daquele que escolhesse para ser sacrificado. O sacerdote aguardava a decisão para cortar o pescoço ao animal. O Imperador bateu antes com o martelo na cabeça do sacerdote!
O imperador Cláudio, que era gago, tinha como passatempo predilecto ver criminosos serem torturados até à morte. Descobriu que a sua mulher Messalina gostava de grandes festas agitadas com os seus amigos, e este, não só a mandou executar, como também aos seus 300 amigos. Morreu envenenado com cogumelos pela sua sobrinha Agripina (com quem se tinha casado entretanto).
O imperador Nero, para além da sua fama de ter provocado o incêndio de Roma e de tocar pessimamente lira (chegando a dizer às portas da morte «que grande perda serei para a arte da música»), mandou matar a sua primeira esposa Octávia, e mandou a cabeça à nova noiva Popeia, mas também esta foi assassinada mais tarde. Perseguiu cruelmente os cristãos, crucificando-os, cobrindo-os de peles de animais e atirando-os aos animais selvagens, entornando por cima deles alcatrão e incendiando-os, ou até pelo facto de gostar de se mascarar a si próprio com peles de feras, enjaular-se como um animal, soltar-se e matar as vítimas como um selvagem.
O imperador Heliogábalo tinha como passatempo coleccionar teias de aranha, às toneladas.
O imperador Honorário adorava frangos, um deles tinha até o nome de Roma e estava escondido na sua mansão rural, a salvo do exército invasor dos godos. Quando a cidade de Roma foi devastada por Alarico e o seu exército, chegou um mensageiro que disse: «Roma está perdida!». Honorário ficou destroçado, até que alguém o informou que a mensagem se referia à capital e não à galinha.
M.C.O.