Roma Antiga

Blog sobre a Roma Antiga: história, cultura, usos e costumes.

terça-feira, março 14, 2006

Gibbon
Depois de ver um post do Filipe sobre o Gibbon, pareceu-me boa ideia começar a escrever sobre livros referentes a Roma. E para começar, “A história do declínio e queda do império romano”, parece-me uma boa ideia.
A obra já tem mais de 200 anos (foi escrita em meados do séc. XVIII), mas continua a ser imprescindível para quem gostar de Roma. Está dividida em 2 partes: uma primeira, sobre os últimos séculos do império romano unificado e depois sobre o Ocidente até 476, e uma segunda sobre o império do Oriente até 1453. Escrevendo de forma viva e agradável, ficamos a conhecer a história factual, para além de ser feita uma análise do que se passou. Ganha-se familiaridade com a terminologia dessa nova realidade (acabam-se os cônsules e pretorianos para dar lugar aos magister militum e scolae) e toda uma nomenclatura barroca (o meu cargo favorito é de conde das sagradas liberalidades ou comes sacrarum largitionum, o equivalente a um ministro das finanças). São apresentados episódios caricatos como anedotas, embora normalmente tenham um objectivo, e não pelo amor da frivolidade. O autor tem as suas preferências e os seus ódios de estimação (basicamente qualquer personagem que levasse uma vida que ele considerasse imoral), embora admirando os governantes que cumpriam o seu dever e lutavam contra a adversidade, tentando retardar o (para ele) inevitável. Gibbon é também muito critico em relação ao cristianismo oficial que se formara em Constantinopla e Ravena, com bispos cortesãos vivendo de prebendas e sem nunca por os pés nas suas dioceses.
Quem lê a obra de Gibbon fica com um excelente estudo sobre o baixo-império (bastam mais algumas leituras suplementares de obras contemporâneas que completarão essa visão, graças aos necessários avanços que se deram na historiografia graças à critica e à arqueologia).
Q.F.M

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...

1:17 da tarde  
Blogger Gabriel Peregrino said...

Acho admirável a elegância dos textos de Gibbon. "O Declínio e Queda..." lê-se como um romance.

2:33 da tarde  

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