Roma Antiga

Blog sobre a Roma Antiga: história, cultura, usos e costumes.

quarta-feira, junho 08, 2005

CONTO: "O Capricho de César" (III)

Estoicamente, a caravana caminhava entre as dunas ardentes, da mesma forma destemida e ousada que uma nave avança entre as turbulentas ondas do oceano. E após tantas horas de viagem, Caius já se habituara ao dorso do animal que o transportava, embora permanecesse algo dorido.

Não obstante o facto de não compreender a sua língua, Caius notou que os seus companheiros de viagem contavam piadas entre si – ou pelo menos assim parecia, pela forma como riam. Ele, todavia, permanecia em silêncio, pensando no passado…

Cerca de um mês antes, Caius fora assistir a um espectáculo teatral em Roma, no chamado teatro de Pompeu. Em cena estava “O Soldado Fanfarrão”, de Plauto. A assistência delirava com a farsa; entre os espectadores encontrava-se Caius, que então comentava com um seu amigo, Quintus Nonius, que a plebe romana adorava o estilo sarcástico e contundentemente crítico de Titus Maccius (*). O amigo acenou com a cabeça em sinal de concordância, asseverando que Plauto e Terêncio estavam ao nível dos melhores dramaturgos gregos. E acrescentou, não sem orgulho, que se era verdade que Roma não tinha grandes filósofos, também o era que se podia orgulhar dos seus excelentes homens de letras!

Caius concordou, rematando a conversa com um gesto de aprovação. O espectáculo estava no auge. Sentado bem perto de Caius e Quintus encontrava-se um homem gordo, dos seus cinquenta anos, que se fazia notar pelas suas gargalhadas estridentes e algo despropositadas. Mas não era o único.

(Continua)

C.I.P.

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(*) - Tito Mácio Plauto, Comediógrafo romano (259-184 aC).

3 Comments:

Blogger João Neto said...

[Pediste uma crítica construtiva e espero que não leves a mal...]

O que posso dizer desta pequena amostra é que há demasiados advérbios e muitos adjectivos inúteis que atrapalham a leitura (como exemplo, relê o 1ª frase desta 3ª parte). Não sendo eu um escritor por aí além, noto que tens de passar pelo texto e cortar muitas palavras para o tornar mais fluido.

Já os 2 ultimos parágrafos desta parte estão melhores. Talvez o defeito esteja na descrição e menos no desenvolvimento do enredo (que, aliás, ainda mal começou).

Just my 2 cents,

1:02 da tarde  
Blogger Gabriel Peregrino said...

Obrigado;) ainda sou novato nisto e vou tentar adoptar um registo mais fluído. Continua a comentar, sempre que achares bem!

4:35 da tarde  
Blogger Rui Afonso said...

Pois eu gosto, precisamente, do oposto. Do rebuscado que o texto transporta atraves da constante utilizaçao dos adverbios e dos adjectivos. Eça, entre outros, era um genio da escrita, e nunca ninguem lhe criticou a abusiva utilizaçao da adjectivaçao.
Parabens, Filipe! Esta a ir muito bem...

1:54 da tarde  

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